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Os sequestros mais falados dos últimos anos

Postado por Bruno
quarta-feira, 7 de outubro de 2009 às 12:29 em , ,

Volta e meia temos algumas situações que requerem uma atuação um pouco mais cuidadosa da polícia, mas infelizmente nem sempre o final é feliz. Vamos relembrar os sequestros mais famosos e recentes, onde em apenas um deles o final foi satisfatório para a vítima.

1 – Sequestro do ônibus 174

Local e data: Rio de Janeiro, 12 de junho de 2000

Sequestrador: Sandro Barbosa do Nascimento

Vítima: Geísa Firmo Gonçalves

Era para ser apenas um assalto à ônibus, coisa que infelizmente ainda ocorre com certa frequência, pelo menos aqui no Rio de Janeiro, mas antes que a ação pudesse ser executada a polícia estava no local e o “simples” assalto se trasnformou em uma situação de sequestro com 11 reféns.

Durante as 4 horas que duraram o sequestro, alguns reféns foram sendo liberados e por último apenas Geísa permaneceu em poder de Sandro, que a todo momento ameaçava matá-la caso suas exigências não fossem aceitas.

Em vários momentos Sandro colocou a cabeça para fora da janela, o que facilitaria um alvejamento por parte de um atirador de elite, mas a ordem nunca foi dada.

Depois de 4 horas Sandro resolveu sair do ônibus usando Geísa como escudo e foi aí que toda a trapalhada começou. Um policial do BOPE tentou aproveitar a situação e veio por trás de Sandro, desferindo um tiro, que pegou na cabeça de Geísa, levando ao seu falecimento. Na confusão mais alguns tiros foram disparados, tanto da polícia quanto de Sandro, que acabou sendo levado para o camburão e morreu a caminho do hospital, de maneira não muito bem explicada ainda. Os policiais envolvidos foram julgados e considerados inocentes.

Qual foi a lição de tudo isso?: O BOPE nem sempre é aquilo retratado em Tropa de Elite e comete sim erros, apesar de ser um dos mais bem preparados esquadrões de elite do Brasil.

Curiosidade: Sandro já tinha sofrido com a Chacina da Candelária em 1993. Será que existe alguma relação com o caminho que ele resolveu trilhar?

Abaixo a matéria do Jornal Nacional sobre o sequestro, inclusive com imagens do final da ação.

 

2 – Sequestro de Eloá Pimentel

Local e Data: Santo André-SP, 13 de outubro de 2008

Sequestrador: Lindemberg Fernandes Alves

Vítima: Eloá Cristina Pimentel

De cunho totalmente passional, esse foi o sequestro mais duradouro que se tem registro, tendo se arrastado por aproximadamente 100 horas.

No dia 13 Lindemberg, armado, invadiu a casa de Eloá, onde ela e alguns amigos estavam fazendo um trabalho escolar, já que ele não se conformava por ela ter terminado o relacionamento de ambos. A maior parte dos reféns foram logo liberados, restando apenas Eloá e sua amiga Nayara Rodrigues. No dia seguinte Nayara foi libertada, mas em uma ação nunca antes vista nesse mundo (tm Lula), no dia 15 enviaram Nayara novamente para o apartamento, para que voltasse a ajudar nas negociações.

Depois de muita negociação infrutífera o GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) resolveu invadir o apartamento, alegando ter ouvido tiros vindos de dentro do apartamento, fato que foi negado por Nayara em depoimento posterior. Na confusão que se formou Nayara foi baleada no rosto, Eloá levou dois tiros (virilha e cabeça) e Lindemberg nada sofreu. Eloá não resistiu aos ferimentos e veio a falecer no dia 18 de outubro.

Outros depoimentos dizem que durante o sequestro, Lindemberg teria por diversas vezes colocado o rosto na janela, fazendo ameaças aos policiais e até disparado alguns tiros, mas não achei nada relacionado em minhas pesquisas, mas caso seja fato, a polícia perdeu oportunidades de terminar com o sequestro mais cedo e de forma um pouco mais satisfatória.

Procurado pela reportagem do Fantástico, o instrutor da SWAT Marcos do Val relatou que em casos desse tipo (sem um pedido de resgate ou alguma exigência para a fuga), nunca se deve deixar a situação durar muito tempo, pois "em uma situação passional como essa, quanto mais tempo leva, mais inconstante a pessoa fica". O fato de terem mandado Nayara de volta para o cativeiro também foi alvo de críticas pesadas.

Qual foi a lição de tudo isso?: A polícia se mostrou despreparada para lidar com a situação, cometendo diversas trapalhadas e falhando miseravelmente na conclusão do caso, mas ao mesmo tempo não temos como julgar a ação policial, pois a delicadeza da situação e a inexperiência em casos do tipo podem ter levado a tal fim.

Curiosidade: Depois do caso foi descoberto que o pai de Eloá, Everaldo Pimentel, é ex-cabo da PM de Alagoas e tem quatro homicídos em sua ficha, sendo um dos suspeitos de participar da morte do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador Ronaldo Lessa. Ele também é suspeito de ter matado sua ex-mulher, Marta Lúcia e de fazer parte de um grupo de extermínio, o “Gangue Fardada”. Ele estava morando em Santo André e usando o nome de Aldo Pimentel para se disfarçar e fugir dos crimes que é acusado.

Abaixo o desfecho do sequestro, com a invasão da polícia:

 

3 – Sequestro na Tijuca

Local e data: Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2009

Sequestrador: Homem não identificada

Vítima: Mulher também não identificada

O bairro da Tijuca, palco desse sequestro, tem se tornado um dos mais perigosos do Rio de Janeiro, tamanho o número de assaltos, assassinatos e sequestros acontecidos por lá.

No dia 25 o criminoso (já com passagens anteriores pela polícia) tentava assaltar uma kombi dos Correios quando uma patrulha policial passou e viu a ação, tentando impedí-lo. O bandido correu para uma farmácia e manteve uma senhora como refém, usando uma granada para ameaçá-la. Nesse momento já havia uma grande mobilização da polícia, que já contava até com atiradores de elite próximos ao local.

E foi um desses atiradores que deu fim de forma um pouco mais satisfatória ao caso, já que apesar da morte do sequestrador – o que sempre se tenta evitar - a sequestrada saiu intacta.

Como esse sequestro durou pouco tempo, não se tem muito a falar, mas vale a pena a inclusão dele nessa lista por conta da ação policial, que dessa vez conseguiu libertar a refém sem nenhum ferimento.

Qual foi a lição de tudo isso?: Em casos de sequestro, independente de Direitos Humanos, acho que o primeiro pensamento deve ser pela vítima e me parece que foi isso que aconteceu. E talvez a lembrança dos sequestros anteriores tenham feito a polícia ser mais enérgica e rápida no desfecho da situação.

Curiosidade: Como podemos ver no vídeo, o bandido chegou até a tirar o pino da granada uma vez e depois o recolocou, o que pode ter acelerado a polícia a usar o atirador de elite.

 

 

Esses foram só alguns dos sequestros mais famosos dos últimos anos. Tem algum outro que você queira ver um pouco mais esmiuçado e comentado por mim? Manda que eu faço a sua vontade.

Technorati Marcas: ,,

2 Comments


Cara, pra mim não foi "um pouco mais." Foi COMPLETAMENTE satisfatório: a vítima foi salva sem danos (físicos. Psicologicamente, claro que fica um trauma) e o bandido impedido - não importa como. Aliás, essa é a maneira mais segura de evitar reincidência. (caraca, tô radical hoje, não??? hahahahah)


Queria saber mais sobre o sequestro e morte de um Dj famoso no Rio de Janeiro na década de 90, entre 96 e 98.
Obrigada

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