Oi gente, acho que ninguém esperava me ver por aqui de novo né? Mas sim, estou postando por dois dias seguidos.

E pra falar de cinema de novo, mas dessa vez quero contar uma historinha:

Era uma vez um senhor que tinha um alto cargo na Polícia Federal. Esse mesmo senhor era Deputado Federal também. Esse mesmo senhor tem um filho de 11 anos.

Sentado em sua casa e usando seu belo Iphone, esse senhor descobriu que iria estrear um filme onde um ursinho de pelúcia falante era amigo de um cara e eles passavam por altas aventuras juntos, vendo assim é bem história de filme de Sessão da Tarde né? Mas o filme descrito acima é TED, aquele mesmo que eu citei no post de ontem.

Bem, ao ver essa linda sinopse, nosso personagem delegado e deputado resolveu que seria uma bela ideia levar seu filho, que como citei antes tem 11 anos, para o cinema. Ele não se preocupou em ver a classificação etária do filme. Ele não se ligou no cartaz gigantesco do lado de fora do cinema onde diz “RESTRITO: Contém conteúdo sexual, linguagem ofensiva, prostitutas e uso de drogas”. Ele só queria levar o filho pra ver o filme do ursinho falante. Provavelmente nem o trailler ele assistiu.

Pois bem, nosso intéprido personagem começa a assistir o filme e se desespera, pois o ursinho falante USA DROGAS! Ele faz sexo, ele fala palavrão, ele é o cão em forma de ursinho carinhoso. E aí o nosso herói chega em casa e começa a vociferar pelo twitter usando seu Iphone:

“Assisti c/o pequeno Juan o filme "TED" uma cena de apologia as drogas: o ursinho Ted e o seu dono consumindo drogas. Isso e um absurdo!”

“Acionarei os meios legais, a fim de impedir q o lixo o filme infanto-juvenil "TED" seja exibido nacionalmente e apurar responsabilidades.”

Ao ser alertado que o filme NUNCA foi infanto-juvenil, que ele tem conteúdo restrito e coisa e tal, o deputado não se dá por vencido e continua:

“O filme "TED" não esta apropriado para nenhuma faixa etária. Incentivar o consumo de drogas e crime, usando ainda ícones infantis.”

O nome de nosso personagem? Protógenes Queiroz. E querem uma curiosidade sobre o nosso excelentíssimo representante? Certa vez ao fazer um teste psicotécnico para a Polícia Federal, esse cidadão NÃO PASSOU. Ele entrou com uma liminar (junto com outros) e conseguiu “pular” essa parte do processo. Lembrando que teste psicotécnico é aquele onde tem um cavalo sem rabo e você tem que escolher a figura que completa a imagem e outras coisas parecidas.

Vendo por esse lado não é de se assustar que o cara não tenho conseguido ver que o filme que ele levou o filho de 11 anos pra ver não era aconselhável para a idade do infante.

Resumo da história: Temos um representante na câmara dos deputados que não sabe diferenciar um filme infantil de um filme adulto. Um cidadão que não sabe ler e não sabe raciocinar decentemente tendo que trabalhar pelo povo brasileiro. E depois a gente reclama que o Brasil não vai pra frente. Com esse tipo de gente no comando? Não vai mesmo.

O mais legal? Um dos tweets do cidadão:

“#foraFilmeTED das telas do cinema brasileiro. Não aceitamos mais esses enlatados culturais americanos no Brasil.”

E ele postou isso de um Iphone, celular esse que é de uma empresa americana e fabricado na China por meio de trabalho escravo. Coerência? Pra quê?

Olá senhoras e senhores que ainda leem este quase morto blog, eu voltei!

E voltei para falar de cinema. Esse fim de semana fiquei sozinho em casa e resolvi ir ao cinema três dias seguidos. Sozinho.

Os filmes escolhidos foram “Os Mercenários 2”, “O Legado Bourne” e “Ted”. E já que não escrevia aqui no blog faz um tempo, que tal falar um pouco sobre os filmes? Ah, já aviso logo que rolam spoilers, então se você se importa com isso é melhor não ler antes de ver os filmes.

Pois bem, vamos começar falando de Mercenários 2. Sim, o filme é ruim. Sim, vale muito a pena ir vê-lo no cinema, porque é o melhor filme ruim do mundo. Tiros, ação, porradaria e muito ator velho e famoso na tela. Diversão garantida.

O filme é recheado de clichês e referências aos filmes mais famosos dos atores envolvidos na produção, como por exemplo as três vezes que o Stallone diz “I’LL BE BACK!” ou “I’M BACK!”, ou então quando o Chuck Norris é chamado de Lobo Solitário. Ou até mesmo quando o mesmo Chuck Norris referencia os “Chuck Norris Facts” quando o Arnold pergunta pra ele “Dizem por aí que você foi mordido por uma Naja*” ao que ele responde “Sim, e depois de 5 dias de dores agonizantes a Naja morreu.”. O filme é espetacular em vários sentidos e deve ser visto até mais de uma vez. Muito melhor que o primeiro.

E a pérola é no fim, quando depois de arrebentar o avião dele inteiro pousando dentro de uma mina, o Arnold ganha outro do Bruce Willis, daí falam “Isso aí deveria estar num museu.” e o Stallone replica “Todos nós deveríamos estar num museu.”

Resumindo: Assistam.

E passamos para O Legado Bourne. Ao chegar no fim do filme, você nem repara que isso está acontecendo e acha que deveria ter mais umas três horas de história, mas isso NÃO é uma coisa boa. O filme é chato, pouquíssimas cenas de ação e nem parece fazer parte dos três anteriores. Se bem que a única coisa que te faz lembrar disso é o nome do filme, porque nem Jason Bourne nós temos na tela (a não ser por algumas fotografias). Para ser ter uma ideia, a cena de abertura de Os Mercenários é muito melhor que O Legado Bourne inteiro. E nem tenho muito pra falar do filme em si.

Resumindo: Não gastem seu dinheiro (nem seu tempo) com esse filme.

Por último temos Ted. Primeiro longa do Seth McFarlane (pelo menos até onde eu sei) e que se baseia no seguinte: John é um garoto nada popular de 8 anos que ganha um urso de pelúcia e deseja que ele ganhasse vida. Por um milagre natalino isso se realiza e como em todo filme de Sessão da Tarde, eles arrumam muitas confusões. O filme é muito divertido e tem o humor característico que o Seth já mostra em Family Guy, The Cleveland Show e American Dad: Politicamente incorreto.

Para terem uma ideia, na cena de abertura, onde mostram quão impopular John é, se fala de uma tradição natalina, onde a criançada da rua se juntava pra enfiar a porrada no judeuzinho que morava no bairro. No meio da pancadaria John pergunta se pode brincar. “Sai fora John”, “Some daqui seu merda” vai sendo falado por todos os garotos, INCLUSIVE o judeuzinho que está apanhando.

E já que falamos em Family Guy, se você assiste esse desenho no áudio original, o urso tem a voz do Peter Griffin (e eles brincam com isso no filme). E em certa parte onde o urso está em um aquário “imitando” as vozes de alguns peixes, um deles tem a voz do Stewie. Não sei se foi proposital ou se o Seth não tem capacidade pra fazer mais vozes, mas no começo é difícil desvincular a voz do urso da imagem do Peter.

Mas o filme é bem divertido e se você curte o tipo de humor do Seth você com certeza vai curtir muito o filme, que ainda tem a Mila Kunis de brinde.

E só uma lembrança: Na sessão que eu estava, muitas pessoas entraram com crianças na sala. Será que não viram o trailler ou a faixa etária do filme? O filme definitivamente NÃO É para crianças, apesar de ter um urso falante lá.

Resumindo: É divertido e vale a pena assistir, mas talvez seja o tipo de filme que dê para esperar chegar em DVD/Blu-Ray.

E foi isso que vi no fim de semana e tenho para falar. Abraços e até a próxima!

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